O post de hoje é uma indignação à uma notícia, no mínimo curiosa, do que vem ocorrendo nas salas judiciais do nosso país. Como se não bastasse os casos do goleiro Bruno, que supostamente (digo suposta porque é assim que a justiça quer que seja publicado) mandou executar sua ex-amante Elisa Samudio, e tantos outros que têm contado com a bizarrisse dos vereditos judiciários, a última sentenciação dos tribunais foi a indenização condenada a emissora de TV BAND - SP e o seu respectivo programa CQC, em pagar R$ 173 mil reais à uma atriz pornô.
Bizarro? Escândalo? Não, meu caro. O nome disso é direito.
Sim, senhores, a atriz teria entrado com a ação judicial depois de ser chamada de “prostituta” por Marcelo Tas e de “puta” por Rafinha Bastos. Ainda de acordo com os jornais, Tas teria dito no programa: "Eu vou convocar a presença de um padre e de uma prostituta. (...) Eu falei errado, vocês vão me desculpar. É um padre e uma atriz pornô”. Em seguida, Rafinha Bastos terão é puta, imagina, imagina...”. ia ironizado: “A pessoa ganha dinheiro pra filmar. Não, não é puta, imagina, imagina...”.
É, Rafinha Bastos certamente foi irÔnico em seu comentário. Mas a justiça não. A atriz entrou com um processo e o CQC perdeu. Alegando o quê? Bom, vocês já podem imaginar....uma atriz pornÔ NÃO é, em hipótese alguma, uma prostituta.Além disso, todo aquele trabalho é encenado e preparado mediante muita técnica, gente....
Por favor galera, não confundam as coisas. De acordo com o juíz que deu a sentença , preste bem atenção:
"As atrizes pornô são pagas para fazerem sexo(ainda que artístico) diante das câmeras. E as prostitutas são pagam para fazerem sexo, em contrato particular."
Entenderam??? Não??? Nem eu!
Peraí senhor juiz: a GRANDE diferença entre uma atriz pornÔ e uma prostituta, que levou o CQC - um programa de entretenimento crítico e inteligente - a pagar R$173 mil reias, é que uma faz sexo em frente as câmeras e a outra não??? É isso???
Ohhh, parece que sim, pessoal. No entanto, o juíz afirma com exemplos reais que, em casos como o da Gretchen, que fez filme pornÔ, a atriz não é necessariamente uma prostituta. Então, meus caros, a grande frase detentora do inquérito foi:
Toda mulher que faz sexo em troca de dinheiro é prostituta. Toda atriz pornÔ é paga para fazer sexo. Logo.....(segundo o juiz) Nem toda atriz pornô é, necessariamente, uma prostituta.
Mas a grande questão que me levou a utilizar esse caso grotesco, não foi contudo, o resultado do processo e sim a justificativa do processo. Entendo que existam vários casos judiciais desprezíveis como este. Mas o que eu não consigo, de forma alguma, entender é como a justiça consegue ser tão severa e ao mesmo tempo tão impertinente, quando existem milhões de outros casos mais óbvios do que este, que não são resolvidos até hoje.
Lembra do caso Nardoni? Do caso Suzane Richthofen?Do caso João Hélio? Do caso da Lauren e do namorado que planejaram assaltar a mãe dela? ....se for nesse rítmo lembrarei de muitos casos em que a justiça não foi severa ou imediata o suficiente punir os acusados que eram tão óbvios, quanto no caso comentado. Parece inocência minha estar comentado esse ponto de vista tão clichê, quando a resposta para esses casos é a mesma: a falta de provas comprabatórias.
No entanto, insisto no meu ponto de vista inocente em dizer que a culpa é sim da falta de DEMOCRACIA da justiça brasileira. Infelizmente o problema é que todos têm direitos iguais.
Mas esqueceram de colocar um PS lá na constituição:
PS.: Nem todo mundo é igual nesse país.
Por Aline Sant´Ana