Para os mais rodados na leitura cotidiana, o título acima não parece estranho, tirando o fato de estar afirmando o contrário do original “Existem várias formas de ser burro” – frase que ouvi esta semana mas não lembro bem aonde, só sei que achei no mínimo curioso. Sabe aqueles pensamentos que você sempre teve bem lá no fundo da sua consciência, mas que de tão acostumados à eles nem percebe que a idéia “genial” é sua, e se surpreende quando alguém reproduz a tal idéia? Então, aconteceu isso comigo.
Eu não tenho paciência para ignorância alheia (como já devem ter percebido), ainda mais quando alguém insiste em compartilhar esse dom comigo. Mas é como dizem : as coisas que amamos temos que lutar pra conseguir, porém o que odiamos, vem a cavalo. No meu caso, vem de sedex 10...e todo dia. É im-pres-sio-nan-te. Acho que atraio gente que faz questão de ser burra.
Antes de prosseguir, devo deixar bem claro que estou a par de preconceitos culturais, lingüísticos, raciais ou econômicos. Estes fatores não interferem em nada no grau de ignorância de uma pessoa. Até porque, a ignorância é algo além da falta de oportunidades ou inteligência nata. A ignorância é quase uma opção religiosa. Você não nasce ignorante. Você tem que cultivá-la dia após dia e trazê-la sempre em seu coração e, principalmente, na sua mente.
Pois bem, eu sempre pensei muito a respeito da ignorância. Na verdade, este tema sempre me intrigou pelo fato de eu não entender porque certas pessoas possuem a inesgotável capacidade para falar(e fazer) merd@ e outras, assim como eu, apenas as odeia. Eu nunca entendi como coisas do tipo fanatismo, sadomasoquismo, fast food, funk, entre outros, pudessem fazer parte não só da vida das pessoas, mas também da crença delas.
Sendo assim, podemos concluir então que existem várias formas de ser burro né? Bem, para mim não. Eu sempre achei que as pessoas fizessem certas escolhas por alguma explicação, se não divina, social ou científica, que ainda lhes assegurassem o título de seres racionais. Obviamente me enganei nos meus próprios pensares . Pessoas que gostam de Restart, Paulo Coelho, piercing no mamilo ou qualquer outra coisa que possa fazer mal às saúdes mentais, fisiológicas e espirituais, não merecem ser classificados por subgêneros da insanidade mental. Não. Até porque isso não existe: ou você tem problemas ou não tem. Simples.
Continuo reforçando a idéia de que a burrice é causada por uma fonte única porque, sinceramente, não vejo diferença na escala intelectual de uma pessoa que venera as letras de um funk e outra que é adepta aos skin heads neonazistas, que fazem apelação ao preconceito humano tanto quanto o machismo erótico do funk. O exemplo do funk é um super clichê, sempre usado por aqueles que querem criticar um movimento social estilizado. Mas para provar a minha profunda indignação pela ignorância humana, mudarei o foco. Serei objetiva.
O que dizer daqueles que, por estarem num patamar social um pouco mais elevado (apenas pela condição econômica), pensam que são os donos do patrimônio público? Para ser mais clara ainda, o que dizer de uma pessoa, mulher (gênero em processo de conquistas), funcionária pública e “educadora”, dizer que NÃO pratica qualquer tipo de ação cidadã para a preservação do meio-ambiente porque simplesmente NÃO acredita nos mecanismos humanos de prevenção e profilaxia. Em outras palavras, caro leitor, o que dizer de uma professora que assume gastar mais água que o necessário e não catar o próprio lixo, por acreditar que a humanidade precisa do caos e da crise para evoluir? O que dizer heim?
Bom, pra você que chegou até aqui lendo estes insultos à dignidade (e inteligência) humana, só tenho uma coisa a dizer: a ignorância vem de uma causa só...a CONVICÇÃO.